A despeito da relevância do ato, pelo blogueiro Rodrigo constantino - Governo Lula na onda de corte de gastos -, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, irá realizar cortes nos gastos públicos para conter o crescimento e, consequemente, a pressão inflacionária, devido a incapacidade produtiva de acompanhar a demanda.
Logo, vale ressaltar, que essa postura revela uma mudança no comportamento do Governo, no sentido de frisar a estabilidade econômica. Sendo assim, avalio a medida como positiva, parece que estamos próximos de entrar de vez no caminho correto.
Concordam?
Segue um link com o anuncio, Governo vai cortar gastos em 10 bi para conter inflação, diz Mantega.
7 comentários:
Concordo plenamente! Na época do boom economico o governo aumentou a arrecadação e com isso expandiu seus gastos com atividades assistencialistas e aumentou injustificativamente o número de funcionários públicos ( talvez por uma jogada politica),a questão é que com o freio da economia diminuiu-se a arrecadação mas a ''cagada'' já estava feita. O jeito foi tributar ainda mais. Gasto do governo deveria tender a zero, já chega de controle inflacionário pelo aumento da taxa básica de juros.
Bom, uma análise macro para pessoal do 1º período:
Y = I + C + G (demanda)
Y' = f(k,l) (oferta)
"(...)Segundo o ministro, o governo não deixará a economia brasileira se expandir a um ritmo de 7% este ano, bem acima da capacidade do setor produtivo nacional em fornecer mercadorias e serviços, o que levaria a um aumento da inflação.(...)"
ANÁLISE:
Nesta situação, temos que a demanda está aumentando mais rapidamente em relação à oferta. Portanto, futuramente teremos excesso de demanda que irá provocar aumento de preços.
Para conter essa inflação, temos que igualar oferta e demanda, ou seja, aumentar capacidade produtiva (f[k,l]) ou reduzir o consumo (I + C + G).
O governo irá reduzir o consumo, ou seja, reduzirá I, ou C, ou G, ou todos. No caso, o governo reduzirá G.
Finalmente, um G menor provoca uma redução da demanda Y, que reduz o excesso de demanda, que reduz o aumento de preços e controla a inflação.
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Como citado pelo Tiago, o governo vinha até então reduzindo I, mas I é função negativa da taxa de juros (r). Portanto, aumentando r o governo reduz o investimento, que provoca uma redução na demanda.
Acho que não, pelo menos ainda não.
Não houve corte significativo nenhum até agora. O estrago maior já foi feito, grande parte dos aumentos de gastos desse ano foram em gastos permanentes como folha salarial.
Abs!
Primeiro, acho que não se pode pensar que uma elevação da Selic reduz o investimento, pois uma parte significativa do investimento privado nacional é feito a partir da TJLP, então a Selic não afeta este tipo de investimento.
A elevação da Selic faz aumentar o custo dos juros subsídiados concedidos via BNDES.
E como o Carlos apontou, não há muito espaço para redução dos gastos públicos.
O Samuel Pessoa já mostrou num artigo que a atual estrutura dos gastos públicos no Brasil não permite muito a redução e que deveríamos fazer um novo pacto institucional.
Agora, estes 10 bilhões não são muita coisa diante do atual volume de gaso público, e compensarão só um pouco o possível impacto do reajuste do INSS que ainda está para ser aprovado.
E o Serra ainda diz que não vai respeitar a independência do Banco Central.
Caminho dificil este nosso.
Rogério, evidentemente que afeta!
Não é só das grandes empresas amigas do governo que vive o Brasil. Pequenas e médias empresas vivem de crédito de banco comercial, cujo custo é afetado diretamente pela Selic.
Temos de considerar a TJLP sim, mas a SELIC afeta o investimento, as decisões de portfolio dos investidores.
O crédito concedido através de recursos direcionados (BNDES, crédito imobobiliário e rural) correspondem a aproximadamente 14% do PIB.
Estes empréstimos com recursos direcionados são
concedidos com taxas de juros menores que a SELIC.
E do total de empréstimos concedidos pelo BNDES, 23% foram direcionados para pequenas e médias empresas.
Mas as questão central vem agora: a taxa de investimento nominal no quarto trimestre de 2009 fechou em 17% do PIB.
Então, grande parte destes 17% de investimento foram feitos com juros subsidiados (taxa de juros menor que a Selic).
E mesmo o investimento público não é muito afetado pela Selic, dada a vontade de gastar do governo federal.
A taxa de juros no Brasil hoje só não é menor, entre outros fatores, dada a existência deste juros subsidiados.
Pois a Selic não consegue atingir estas decisões de investimento que são "alimentadas" com juros subsidiados.
Aí os pobres pagam juros altos e impostos altos para bancar a festa dos "amigos" do governo.
E eu não quis ser arrogante no outro post. Só que eu estava com pressa na hora de escrever.
Interessante! Muitas informações das quais desconhecia. E, rogério, não se preocupe.
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